Livros de colorir “Bobbie Goods” dominam lista dos mais vendidos no Brasil pelo quinto mês consecutivo

Livrarias também exploram vendas de materiais relacionados, como canetinhas

Marcelo Pedrozo

Seção de livros de colorir em livraria no Beiramar Shopping inclui até guias de como pintar Bobbie Goods. (Foto: Marcelo Pedrozo)

Desde fevereiro, o ranking dos livros mais vendidos no Brasil vem sendo estranhamente previsível: toda semana, o campeão vem da marca Bobbie Goods. Criados pela ilustradora norte-americana Abbie Goveia em 2021, os livros foram lançados no Brasil pela editora HarperCollins no final de 2024. Trata-se de obras de colorir com imagens de animais em cenas do cotidiano, como cachorros cortando a grama ou patos em lanchonetes, sempre em ambientes acolhedores e “fofos”. Os livros foram popularizados pelas redes sociais e viraram febre, com mais de 450 mil vendas contabilizadas na pesquisa da Publish News.

Em Florianópolis, a Livraria Catarinense do Beiramar Shopping reflete o fenômeno nacional. Quem entra na loja se depara com uma exposição específica para livros de colorir logo após a entrada, com os Bobbie Goods, claro, em destaque. “Procuramos entrar na onda, buscando livros, marcadores, acessórios e outros produtos que possuem ligação direta com essa febre”, explica a livraria em nota ao Caderno Cultural Expressões.

De janeiro a maio de 2025, foram vendidos 122.664 livros de colorir nas 24 unidades da rede; nos mesmos meses em 2025, o número foi de 5.126. O nicho “livros de colorir adulto” hoje representa uma das maiores fatias de vendas da loja: são 39% dos top 50 mais vendidos, estando na frente de gêneros como autoajuda, romance, suspense/terror e negócios. Outros produtos também apresentaram crescimento: no segundo trimestre de 2025, ainda incompleto, foram vendidos 39.618 itens de canetinha; no primeiro trimestre inteiro, foram 10.982.

Os livros mais vendidos são os quatro licenciados Bobbie Goods, que já venderam quase 60 mil unidades neste ano na Livrarias Curitiba, rede da qual a Livraria Catarinense faz parte. A estudante Sabrina Fernandes (18), que conheceu os livros pelas redes sociais, ⁠atribui o sucesso da marca a seu traço “único” e “fofo”. “Eu sinto que cada desenho conta uma historinha”, diz. Para ela, a pintura serve como distração e como veículo para explorar a criatividade.

Mesmo sendo fã das ilustrações, Sabrina não ajudou a elevar o número de vendas: ela pinta as imagens em seu tablet, evitando os gastos com os livros físicos. “Acho que os livrinhos deveriam ser mais baratos”, opina. Nos sites da Amazon e das Livrarias Curitiba, os preços base são de R$39,90, mas a maioria está em promoção. Já os kits de canetinhas, que variam de 24 a 204 unidades, estão entre R$60 e R$750 no site da Amazon.


Marcelo Pedrozo

Estudante de Jornalismo da UFSC e apaixonado por histórias. Escrevendo um livro como forma de terapia. Editor-chefe do Caderno Cultural Expressões.

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