Por Izumi Kawasaki
Foto: @iamsthel
Apresentada na 12° edição da Mostra Acadêmica de Artes Cênicas (MAÇÃ), do curso de Artes Cênicas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a peça “Em Fragmentos” se originou a partir de uma aula de improvisação do curso.
Em minha entrevista com a artista Samara Weber, ela comenta que, junto com seus colegas Nick Stein e Guilherme Fonseca, recebeu uma imagem em preto e branco que, de imediato, remeteu-lhes à melancolia, e comunicava-se diretamente com o momento de vida que os três artistas estavam passando. Levando-os a trazer para a aula, e posteriormente à MAÇÃ – Mostra Acadêmica de Artes Cênicas, um espetáculo onde três indivíduos lentamente sucumbem às pressões da sociedade, questionando esse sistema que força os indivíduos à sobrevivência.
Eram seres sendo sobrecarregados por um sistema que prega o individualismo para que se adoeça sozinho. No momento em que, coletivamente, os artistas se levantam, a interação começa e, ao interagirem, suas personagens projetam os julgamentos, que antes eram para si, nos outros. Para ambientação, a interpretação contava apenas com os três artistas dispostos lado a lado em seus pijamas, um travesseiro e uma coberta para cada, além de cada um possuir um frasco de medicamento ao lado. O mapa de luzes contribuía para a atmosfera intimista, e individualizava cada um, pois apesar de dispostos ombro a ombro, o protagonismo das cenas era dividido e a princípio nenhum se comunicava entre si. Creio que a improvisação dos três atores foi capaz de trazer muito da essência e vivência de cada um em suas personagens, contudo, houve momentos onde senti que pairavam certas confusões e repetições. Acredito que “Em Fragmentos” é um início promissor na carreira performática dos três, capaz de transmitir sua mensagem com toda a carga crítica, humana e sensível visionada.
Deixe um comentário