Uma
baixinha
gigante

Mônica, de Mauricio de
Sousa, completa 60 anos
com carinha de sete e
força de elefante

Vestido vermelho. Dentes salientes. Coelho de pelúcia azul. Baixinha, gorducha, dentuça. Não é preciso dizer o nome para que o leitor entenda que estamos falando da Mônica. Nem é preciso especificar que falamos da Mônica de Mauricio de Sousa, ícone dos quadrinhos brasileiros. Faz, afinal, mais de 60 anos que a personagem, que estreou em uma tira de jornal em 3 de março de 1963, colore de vermelho as páginas de gibis e as telas de cinema e televisão de todo o Brasil. Os símbolos que a representam hoje são conhecidos por todo o país e imediatamente atrelados à personagem. Um vestidinho? “Coloca uma cor vermelha, é a Mônica”, descreve Paulo Back, roteirista e coordenador de conteúdo da Mauricio de Sousa Produções (MSP).

Mônica e seu armário cheio de vestidos vermelhos. Imagem: Reprodução/Twitter Turma da Mônica.

Mônica e seu armário cheio de vestidos vermelhos. Imagem: Reprodução/Twitter Turma da Mônica.

“Cebolinha é uma cebola pequena, Cascão é uma casca dura, mas Mônica é um nome comum. Sempre existiram Mônicas, mas a personagem é tão forte, que se você fala Mônica, você já relaciona com a Mônica”, conta o roteirista. “Nasceram muitas Mônicas por causa disso”. Hoje, existem pouco mais de 200 mil Mônicas no Brasil, segundo números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o 155º nome em popularidade e corresponde a cerca de 0,11% da população. O auge do nascimento de Mônicas foi entre as décadas de 1980 e 1990, com mais de 100 mil recém-nascidas que receberam esse nome nas duas décadas. Na época, a personagem já estava presente nas bancas de jornal de todo o Brasil, em uma revista mensal então publicada pelas editoras Abril e Globo.

Gráfico: Reprodução/Nomes no Brasil (https://nomesnobrasil.com/)

Gráfico: Reprodução/Nomes no Brasil (https://nomesnobrasil.com/)

Mônica Kaory nasceu na década de 2000, mas é uma das tantas que foram batizadas em homenagem à menina de sete anos que usa o coelho para bater nos meninos que a incomodam. Os pais tinham a intenção de chamá-la de Ana Luisa, mas seus planos logo foram abandonados devido às insistências da filha mais velha, Julia Kaory. Quando a gravidez foi anunciada à família, Julia, então com três anos, subiu na mesa, bateu o pé e declarou: “Minha irmã vai se chamar Mônica e ponto final”. Segundo a mãe, isso se seguiu durante toda a gravidez. Com a insistência de Julia, os pais mudaram os planos e a pequena Ana Luisa passou a se chamar Mônica. “Eu pessoalmente acho Mônica bem mais forte”, afirma Julia, agora com 20 anos. “Era minha personagem preferida de todas, não consigo dar um motivo muito exato porque era muito nova e sequer lembro o porquê de ter essa ideia, mas fico feliz que ela foi bem recebida pelos meus pais”. A vinda de uma menina foi um alívio para toda a família, porque “senão meu irmão se chamaria Cebolinha”, conta Julia.

"Minha irmã vai se chamar Mônica e
ponto final!"

O nome vem do grego Mónikos, derivado da palavra mónos (um). Mônica, então, quer dizer “solitária” ou “única”. O significado não se aplica muito à dentuça dos quadrinhos, e inclusive já a atrapalhou em certa ocasião. Foi na história O significado de cada nome, publicada pela primeira vez em Mônica nº194, da Editora Globo, em agosto de 2002. Na trama, Cebolinha encontra em casa um livro que mostra o significado dos nomes, mas passa por maus bocados ao compartilhar as informações com os amigos. Na vez de Mônica, a descoberta de que seu nome também significava “viúva” espantou seu crush da vez, Bernardinho. Não é preciso contar que tudo acabou em coelhada em Cebolinha, que, pelo menos dessa vez, não tinha más intenções.

Bernardinho não fez jus ao significado de seu nome – “Bernardo” é “forte e bravo como um urso” – e fugiu com medo de que Mônica enviuvasse cedo demais. Imagem: Marcelo Pedrozo.

Bernardinho não fez jus ao significado de seu nome – “Bernardo” é “forte e bravo como um urso” – e fugiu com medo de que Mônica enviuvasse cedo demais. Imagem: Marcelo Pedrozo.

Apesar do nome, Mônica nunca esteve sozinha: quando foi criada, a turminha já tinha muitos outros personagens. As tiras de Mauricio de Sousa foram publicadas a partir de 1959 nos jornais do Grupo Folha – três edições que, em 1960, se fundiram na Folha de S.Paulo. No começo, os protagonistas eram Franjinha e seu cachorrinho de estimação, Bidu, em histórias inspiradas na infância de Mauricio e em sua relação com o cachorro Cuíca.

Trecho da primeira tirinha de Bidu e Franjinha, publicada em 18 de julho de 1959 na Folha da Tarde. Imagem: Reprodução/Twitter Mauricio de Sousa.

Trecho da primeira tirinha de Bidu e Franjinha, publicada em 18 de julho de 1959 na Folha da Tarde. Imagem: Reprodução/Twitter Mauricio de Sousa.

Nessa época, surgiram personagens como Titi, Jeremias e Cebolinha, este último inspirado em um amigo de Márcio de Sousa, irmão de Mauricio. Logo Cebolinha faria sucesso e ganharia sua própria tirinha, junto à de Bidu e Franjinha, e às de outros personagens criados por Mauricio na época, como Piteco e a dupla Hiroshi & Zezinho – tirinha que mais tarde daria origem ao núcleo do caipira Chico Bento. Toda essa cronologia é contada na autobiografia Mauricio: A história que não está no gibi, lançada em 2017.

Em 1960, Bidu, Franjinha, Cebolinha e companhia limitada apareceram em duas publicações da Editora Continental: Zaz Traz, que reunia histórias de vários quadrinistas, e Bidu, primeira revista exclusiva com os personagens de Mauricio de Sousa. Bidu durou oito edições, e os personagens de Mauricio só voltariam aos gibis dez anos depois. Imagem: Reprodução/Back Old Mônica.

Em 1960, Bidu, Franjinha, Cebolinha e companhia limitada apareceram em duas publicações da Editora Continental: Zaz Traz, que reunia histórias de vários quadrinistas, e Bidu, primeira revista exclusiva com os personagens de Mauricio de Sousa. Bidu durou oito edições, e os personagens de Mauricio só voltariam aos gibis dez anos depois. Imagem: Reprodução/Back Old Mônica.

Mônica surgiria apenas após uma conversa que Mauricio teve com um colega da Folha de S.Paulo, que, brincando, afirmou que ele parecia ser misógino: “só tem homem nas suas tirinhas”. O quadrinista diz que não conhecia o significado da palavra. Logo que chegou em casa, conta em sua biografia que procurou no dicionário e descobriu que “misógino” é “uma pessoa que tem repulsa às mulheres”. Para não ficar com essa fama, “o jeito era bolar um personagem feminino simpático e divertido”, escreve no livro.

Trecho de Memórias do Mauricio (2017), coletânea de HQs baseadas na vida de Mauricio de Sousa, escritas por artistas convidados. Fonte: Reprodução/Facebook Sidney Gusman.

Trecho de Memórias do Mauricio (2017), coletânea de HQs baseadas na vida de Mauricio de Sousa, escritas por artistas convidados. Fonte: Reprodução/Facebook Sidney Gusman.

Porém, todas as histórias de Mauricio vinham de suas experiências individuais, memórias da infância, e meninas, em geral, não faziam parte delas. “Eu não entendia bulhufas de garotas, não sabia bem como pensavam e agiam. Na infância, a timidez me impediu de me entrosar com elas”, narra o cartunista. A solução surgiu na forma de uma menina de dois anos e meio que brigava com as irmãs e arrastava um coelho de palha amarelo pela casa. Mauricio percebeu que havia meninas em sua vida que poderiam funcionar como fontes de inspiração: suas filhas. Foi se inspirando na segunda filha, Mônica Sousa, que o cartunista criou a personagem que hoje é a protagonista de seus gibis. Assim, em uma tira de Cebolinha de 3 de março de 1963, estreava Mônica, sem falas, com um traço diferente do que conhecemos hoje, mas já mostrando sua força.

Já na primeira aparição, Mônica estreava seu coelho, ainda sem nome. Imagem: Reprodução/Twitter Mauricio de Sousa.

Quando surgiu a oportunidade de fazer uma revista mensal com os personagens, para a Editora Abril, a escolhida para dar nome à publicação não poderia ser outra. “Você cria um personagem, ele passa a existir. Então se o personagem começa a ficar interessante, começa a ganhar força, é claro que vai ser o principal. [A Mônica] foi ganhando força, tanto que em 1970, ela tinha revista”, conta o roteirista Paulo Back. Assim, em maio de 1970, chegava às bancas Mônica nº1. Hoje, somando as edições publicadas pelas editoras Abril, Globo e Panini, já são mais de 600 gibis levando o nome da garota de vestido vermelho, em 53 anos ininterruptos de publicação. A partir daquele momento, a liderança da turma passava a ser sua. Como coloca Paulo Back, “era o nome dela, ela era a dona da rua”. Desde então, os planos infalíveis de Cebolinha visam retomar esse cargo – até hoje, nenhum obteve sucesso.

O Monicaverso

Pôster "Mônica 60 Anos: Tour das Eras", divulgado nas redes sociais da Turma da Mônica em 2023, parodiando "The Eras Tour", da cantora norte-americana Taylor Swift. Reprodução: Twitter/Turma da Mônica.

Pôster "Mônica 60 Anos: Tour das Eras", divulgado nas redes sociais da Turma da Mônica em 2023, parodiando "The Eras Tour", da cantora norte-americana Taylor Swift. Reprodução: Twitter/Turma da Mônica.

Em 60 anos de história, Mônica sofreu grandes mudanças. Em algumas tirinhas dos anos 1960, tinha um irmão, Zé Luís, mas o parentesco entre os dois foi abandonado pouco depois. Nas primeiras histórias, seu coelhinho não tinha nome e era amarelo, como o da Mônica real, filha de Mauricio. Foi em 1965, quando o cartunista e a filha estiveram no programa de televisão da apresentadora Hebe Camargo, que a pequena Mônica, então com quatro anos, ganhou um coelhinho azul. O nome Sansão veio na edição número 161, da Editora Abril, publicada em setembro de 1983, após um concurso entre os leitores.

Roberta Carpi, de apenas dois anos, e outros 64 leitores foram os ganhadores do concurso, sugerindo o nome Sansão. Imagem: Reprodução/Facebook Turma da Mônica.

Roberta Carpi, de apenas dois anos, e outros 64 leitores foram os ganhadores do concurso, sugerindo o nome Sansão. Imagem: Reprodução/Facebook Turma da Mônica.

A revista da Mônica é publicada pela Editora Panini desde 2007. Foi também pela Panini que a personagem ganhou novas versões com diferentes traços e idades.

As edições da Turma da Mônica Jovem mostram a “dona da rua” com 15 anos;

o mangá Turma da Mônica Geração 12 traz uma realidade alternativa em que os personagens têm 12 anos e estudam para serem exploradores espaciais;

e o selo Graphic MSP reúne releituras dos personagens de Mauricio de Sousa feitas por artistas convidados.

Turma da Mônica: Integral (2023) reúne as três graphic novels da Turma da Mônica escritas por Vitor e Lu Cafaggi: Laços (2013), Lições (2015) e Lembranças (2017), além de uma história inédita, Ligações. Imagem: Reprodução/Twitter Sidney Gusman.

Turma da Mônica: Integral (2023) reúne as três graphic novels da Turma da Mônica escritas por Vitor e Lu Cafaggi: Laços (2013), Lições (2015) e Lembranças (2017), além de uma história inédita, Ligações. Imagem: Reprodução/Twitter Sidney Gusman.

Outras versões de Mônica estão presentes em animações como Mônica Toy, curtas-metragens de 30 segundos sem falas;

e Vamos Brincar?, série pré-escolar em que a turma tem cinco anos.

Desde 2019, a personagem está presente em live-action. A atriz Giulia Benite interpretou a versão clássica nos filmes Laços (2019) e Lições (2021), e em Turma da Mônica: A Série (2022).

Em janeiro de 2024, foi lançado Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo, com Sophia Valverde no papel principal, e ainda este ano, Giovanna Urbano interpretará a personagem na série Turma da Mônica: Origens, que mostrará como a turma clássica do Bairro do Limoeiro se conheceu.

Imagem de divulgação de Turma da Mônica: Origens, com Bernardo Faria (Cascão), Sabrina Souza (Milena), Giovanna Urbano (Mônica), Felipe Rosa (Cebolinha) e Manu Colombo (Magali). Imagem: Reprodução/Twitter Turma da Mônica.

Imagem de divulgação de Turma da Mônica: Origens, com Bernardo Faria (Cascão), Sabrina Souza (Milena), Giovanna Urbano (Mônica), Felipe Rosa (Cebolinha) e Manu Colombo (Magali). Imagem: Reprodução/Twitter Turma da Mônica.

O “Monicaverso”, que começou como um meme na internet reunindo as diversas versões da personagem – incluindo a Mônica Sousa real, filha de Mauricio –, é também usado nas histórias. Foi tema do estande da Mauricio de Sousa Produções (MSP) na Comic Con Experience (CCXP) em 2019 e das histórias comemorativas do aniversário de 60 anos da personagem, em agosto de 2023. Os seis gibis da primeira quinzena de agosto trouxeram histórias interligadas em que os personagens precisam consertar um estrago no Monicaverso, em tramas que reuniram as Mônicas clássica, jovem, toy, live-action e várias outras.

Essa foi apenas uma das comemorações de aniversário. Sob o slogan “sempre fui forte”, a campanha Mônica 60 Anos marcou o ano de 2023 na MSP. Fazem parte dela: o Monicast, primeiro podcast oficial da empresa; o Circo Turma da Mônica, em espetáculo narrado por Taís Araújo e com a participação de Mônica Sousa, Giulia Benite e Sophia Valverde; o projeto Coelhadas no Ar, com um avião tematizado com os personagens; uma tirinha gigante estampada na fachada de um prédio de São Paulo; uma réplica da casa da personagem nos quadrinhos disponível para aluguel no Airbnb, também em São Paulo; e diversas edições especiais.

O roteirista Paulo Back conta que os funcionários da MSP vêm trabalhando desde 2022 para garantir uma produção variada nas comemorações. “É uma data importante para a Mônica, então é uma data importante para a empresa também”. O rosto da turma e símbolo máximo da MSP, Mônica é, segundo o roteirista, “uma gigantesca baixinha”.

Espetáculo Mônica 60. Imagem: Reprodução/A Toupeira.

Espetáculo Mônica 60. Imagem: Reprodução/A Toupeira.

O produtor musical Arthur Campos descobriu na hora do embarque que viajaria no avião do projeto Coelhadas no Ar. Para ele, que considera a Turma da Mônica uma das experiências de leitura mais importantes de sua vida, “toda experiência foi muito divertida, desde o ver por fora até descobrir cada detalhe na parte de dentro”. Imagens: Arthur Campos.

Coração

Giulia Benite como Mônica em foto promocional de Turma da Mônica: Laços (2019). Imagem: Reprodução/IMDb.

Giulia Benite como Mônica em foto promocional de Turma da Mônica: Laços (2019). Imagem: Reprodução/IMDb.

Julia Kaory concorda que a popularidade de Mônica é inversamente proporcional à sua baixa estatura. “O quão importante uma personagem tem que ser pra ser embaixadora da Unicef?”, comenta. Mônica foi nomeada embaixadora brasileira do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em 2007. A “dona da rua” é a primeira personagem de quadrinhos a receber esse cargo e possui até um perfil oficial no site da Unicef. Ela foi escolhida por já representar as crianças, principalmente as meninas, “muito antes de temas e expressões como protagonismo infanto-juvenil e empoderamento feminino ganharem relevância na mídia e no mundo”, descreve sua página no site da Unicef.

Arte oficial de Mônica como embaixadora do Unicef. Imagem: Reprodução/Unicef.

Arte oficial de Mônica como embaixadora do Unicef. Imagem: Reprodução/Unicef.

Nos 16 anos em que tem o cargo de embaixadora, Mônica participou de diversas campanhas, desde desenhos animados sobre a educação respeitosa até quadrinhos especiais, publicados nos gibis e na internet, sobre a vacinação infantil. Faz muito sentido que Mônica ocupe essa posição como defensora dos direitos da criança, já que ela e seus amigos são um exemplo da beleza da infância, na opinião de Mariana Zatz, roteirista do filme Turma da Mônica: Lições e criadora de Turma da Mônica: A Série. “Toda vez que eu leio uma historinha da Turma da Mônica até hoje, ela me transporta imediatamente para o lugar mais puro da infância”, conta a roteirista.

Material produzido por Rute Tolentino para o projeto. Para o briefing, a consultora de moda trocou o “o” pelo “a” no final de seu sobrenome, reforçando o público alvo feminino. Imagem: Rute Tolentino.

Material produzido por Rute Tolentino para o projeto. Para o briefing, a consultora de moda trocou o “o” pelo “a” no final de seu sobrenome, reforçando o público alvo feminino. Imagem: Rute Tolentino.

A consultora de moda, estilo e beleza Rute Tolentino concorda. Tanto que, em 2015, lembrou-se da turminha quando precisou fazer um trabalho final para um curso de produção de moda com o tema “diversão”. Enquanto seus colegas pensaram em jogos e brincadeiras, baseando-se em pipas e baralhos de cartas, “para mim, leitura era diversão”, conta Rute. Assim, o briefing da marca que montou foi voltado ao público feminino adolescente e inspirado nas características de Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão.

Para a coleção inspirada em Mônica, elementos como o vermelho de seu vestido e o azul do Sansão marcaram presença. Uma das peças, inclusive, trouxe um laço azul, para representar os nós que Cebolinha dá no coelhinho. Mas Rute também quis fugir do óbvio: fez o projeto de um vestido em forma de coração humano, porque, quando estava pensando nas características que Mônica representa, chegou à conclusão de que a personagem é “muito coração”. “Por mais que ela seja esquentadinha, ela ama todo mundo, ela acolhe todo mundo, ela é a mãezona do grupo”, afirma. Mariana Zatz concorda, destacando que a liderança de Mônica vem não só de sua força, mas do quanto ela é agregadora. “É um centro de gravidade das histórias, é uma pessoa que naturalmente as coisas gravitam em torno dela”, opina.

Trabalhar com Mônica foi um desafio para Mariana nas duas vezes em que escreveu a personagem (em Turma da Mônica: Lições e Turma da Mônica: A Série), porque “a protagonista sempre vai carregar os maiores fardos da história”. No caso das produções em que trabalhou, a ideia governante era “como seria a Turma da Mônica na vida real”. Por isso, sua força sobre-humana não recebeu grande foco, mas essa característica foi transmitida de outras maneiras. “A gente não leva para esse lugar de que ela é forte a ponto de levantar um carro, mas de que ela é muito forte em todos os sentidos, ela é uma pessoa resiliente”, conta Mariana. Paulo Back, que trabalha com a personagem nas revistas tradicionais, também procura transmitir a força emocional de Mônica, além da física. “Ela tem que ser irritada, explosiva, não é aquela irritada que guarda mágoa, é aquela que na hora vai dar uma coelhada e depois esquece, não vem descontar no dia seguinte o que falaram no dia anterior”, afirma.

Mônica (Giulia Benite) em Turma da Mônica: A Série (2022). Imagem: Reprodução/TV Pop.

Mônica (Giulia Benite) em Turma da Mônica: A Série (2022). Imagem: Reprodução/TV Pop.

A marca de Mônica é a reação às provocações de Cebolinha, tanto que o avião do projeto Coelhadas no Ar traz estampada uma imagem de Mônica arremessando seu coelhinho. Porém, Mariana Zatz acrescenta que não é só raiva que a personagem sente ao ser xingada por Cebolinha, e que o diretor Daniel Rezende quis explorar outros sentimentos no longa-metragem Turma da Mônica: Laços. Em uma cena do filme, quando Cebolinha xinga Mônica de dentuça e baixinha, ela não responde com uma coelhada, mas com lágrimas. “Dani [Rezende] me falou, quando contou do processo do Laços, que queria mostrar que, toda vez que o Cebolinha xinga a Mônica, ela sofre. Ela sofre e a gente nem percebe porque ela é forte”, conta Mariana. Daniela Marino, professora e pesquisadora especialista em quadrinhos e questões de gênero, afirma que os dois sentimentos, a raiva e a tristeza, trazem reflexões interessantes. “Ao não aceitar os xingamentos, [Mônica] mostra que não é preciso se submeter. Ao mesmo tempo, ao se mostrar incomodada, abre a possibilidade de os leitores debaterem sobre violência e vulnerabilidade”, diz.

Mônica (Giulia Benite), Magali (Laura Rauseo), Cebolinha (Kevin Vechiatto) e Cascão (Gabriel Moreira) em Turma da Mônica: Laços (2019). Imagem: Reprodução/YouTube Tiago Iorc.

Mônica (Giulia Benite), Magali (Laura Rauseo), Cebolinha (Kevin Vechiatto) e Cascão (Gabriel Moreira) em Turma da Mônica: Laços (2019). Imagem: Reprodução/YouTube Tiago Iorc.

Nas reuniões de planejamento de Turma da Mônica: A Série, Mariana Zatz e sua equipe procuraram partir dos personagens para montar as tramas. “Já aconteceu de a gente ir por um caminho e falar: ‘tá sem graça, não é digno da Mônica, como a gente deixa essa história mais potente?’”. Em alguns momentos, eles se preocuparam em como explorar os defeitos da personagem sem ir longe demais. Foi o que aconteceu no enredo da série, em que ela perde a liderança dos amigos para sua rival clássica dos quadrinhos, Carminha Frufru. “Passou a ter outra menina de referência e ela surtou: ‘quem sou eu então se eu não tenho a turma?’”. Mônica passa a imitar o jeito delicado de Carminha, mas sua tentativa de ser alguém que não é apenas afasta seus amigos. É apenas no capítulo final, quando enfim admite suas características e incentiva a turma a fazer o mesmo, que ela retoma a liderança. “Nossa ideia governante na série foi ‘quando abraçamos nossas vulnerabilidades, nos fortalecemos’. Eu acho que isso combina muito com a Mônica”, afirma Mariana.

Carminha Frufru (Luiza Gattai) e Mônica (Giulia Benite), em Turma da Mônica: A Série (2022). Imagem: Reprodução/Extra.

Carminha Frufru (Luiza Gattai) e Mônica (Giulia Benite), em Turma da Mônica: A Série (2022). Imagem: Reprodução/Extra.

A rivalidade entre Mônica e Carminha também é tema da terceira graphic novel da personagem, Mônica: Coragem, lançada em março de 2023 em comemoração ao aniversário de 60 anos. Na coluna de Gabriel Avila, no Jovem Nerd, o repórter destaca que a obra, escrita por Bianca Pinheiro, reúne as principais características de Mônica. “Não acredito em ‘versões definitivas’ de personagens, mas Coragem chega perto dessa definição ao incorporar alguns dos significados que a baixinha colecionou em seis décadas”, escreve. Para Gabriel, o roteiro de Bianca segue a ideia de Mariana Zatz e aborda os defeitos de Mônica aliados às suas virtudes, “[aproveitando] essa imperfeição para trazer complexidade à personagem”, diz. O aspecto agregador da “dona da rua” é uma das características que são postas à prova. Após mais uma briga com Carminha, Mônica decide desconvidá-la de sua festa de aniversário, e é criticada por Magali. “Você normalmente reúne a turma, não divide. É por isso que você é a dona da rua, não é? Porque você junta todo mundo”, aponta a comilona. Quando Mônica tenta argumentar que Carminha não faria o mesmo por ela, Magali afirma: “A Carminha não é a dona da rua”.

Trecho de Mônica: Coragem. Imagem: Reprodução/Facebook Sidney Gusman.

Trecho de Mônica: Coragem. Imagem: Reprodução/Facebook Sidney Gusman.

A graphic novel que comemora seu sexagésimo aniversário faz Mônica refletir sobre o que a faz tão especial para ter esse posto de líder da turma. No começo da trama, Cebolinha insiste para que ela retire uma árvore que caiu no campinho durante uma tempestade. Após uma tentativa, ela desiste, e ele se revolta. “A menina mais forte do mundo não entendia como o Cebolinha via nela algo que ela não era capaz de ver em si mesma”, diz a narração da história. Ao final da trama, Mônica reflete: “Antes, eu teria tentado levantar aquela árvore ali sem nem pestanejar. [...] Mas agora… eu tenho tanto medo [...] porque se eu tentar e não conseguir… o que é que resta de mim? Não serei mais a menina mais forte do mundo? Não serei mais a dona da rua? E se eu não sou nada disso… Então… quem sou eu?”.

No final, Mônica recupera a coragem e faz uma nova tentativa, conseguindo, enfim, retirar a árvore do campinho, para a alegria de Cebolinha. Imagem: Marcelo Pedrozo.

No final, Mônica recupera a coragem e faz uma nova tentativa, conseguindo, enfim, retirar a árvore do campinho, para a alegria de Cebolinha. Imagem: Marcelo Pedrozo.

A falta de confiança e o medo de Mônica são apontados em uma fala de seu pai na história: “Às vezes, filhota, mesmo sabendo o que tem que ser feito, a gente não faz. Seja porque nos falta força… seja por falta de coragem”. Coragem é a palavra que fecha a trilogia de Bianca Pinheiro, que teve início com Força, em 2015, e também trouxe Tesouros, em 2019. Na opinião de Daniela Marino, as três graphic novels trazem “mensagens muito boas sobre persistência, resiliência e força”, virtudes que são marca registrada de Mônica.

Para Paulo Back, as características da personagem são tão estabelecidas que as histórias praticamente se escrevem sozinhas. Ele conta que o próprio Mauricio de Sousa já brincou que os enredos parecem “psicografados”. Paulo acredita que isso vem da habilidade de Mauricio de representar a realidade à sua volta. “Ele foi muito genial em absorver tudo que estava ao redor dele. A maioria dos personagens tem um correspondente, uma fonte, um humano.” No caso de Mônica, trata-se da filha de Mauricio, hoje à frente das áreas de marketing, licenciamento, publicidade e novos projetos da MSP. “Ela é o alter ego da Mônica verdadeira, que impõe mesmo. Não discorde dela, vai receber uma coelhada”, brinca Paulo.

Dona da rua
e donas da rua

Mônica Sousa na celebração Coelhadas Gigantes, na Avenida Paulista, em maio de 2023. Imagem: Reprodução/Twitter Turma da Mônica.

Mônica Sousa na celebração Coelhadas Gigantes, na Avenida Paulista, em maio de 2023. Imagem: Reprodução/Twitter Turma da Mônica.

Mônica foi criada há 61 anos, e Franjinha, Cebolinha e Bidu, há ainda mais tempo. Então, há mais de seis décadas, os personagens de Mauricio de Sousa estão presentes na cultura nacional e influenciam brasileiros e brasileiras de todas as idades. A cientista e professora universitária Olga Chaim é “eternamente grata” por ter tido a Turma da Mônica na infância. “É muito impressionante o que uma boa estória de carinho e senso de comunidade pode dar a uma criança que às vezes não tem isso no seu lar”, afirma. Para Olga, a Turma da Mônica é “uma sequência documentada de amor e senso de solidariedade no cotidiano do Brasil”.

Porém, os quadrinhos não lhe trouxeram apenas impactos positivos. Quando pequena, Olga quis dirigir uma peça de teatro baseada em uma das histórias da Mônica. Ela anotou seu nome em cima do gibi, mas logo se arrependeu: as outras crianças do prédio onde morava usaram aquilo para encher sua paciência. A história, sobre um sapinho verde com quem Mônica interagia, se chamava Algo verde, mole e pegajoso, e Olga passou a ser chamada de Olga Verde, Mole e Pegajosa. Apesar de ter se irritado na época, ela hoje dá risada com o apelido.

Em Algo verde, mole e pegajoso, publicada em Mônica nº55 em 1991, Mônica acredita ter sentado em um sapo e se nega a levantar. Em 1996, a história foi adaptada para desenho animado no filme Turma da Mônica: Quadro a Quadro. Imagem: Reprodução/Arquivos Turma da Mônica.

Em Algo verde, mole e pegajoso, publicada em Mônica nº55 em 1991, Mônica acredita ter sentado em um sapo e se nega a levantar. Em 1996, a história foi adaptada para desenho animado no filme Turma da Mônica: Quadro a Quadro. Imagem: Reprodução/Arquivos Turma da Mônica.

Na protagonista das histórias, Olga via um exemplo a ser seguido. Mônica a inspirou a se sentir confortável com sua personalidade e a lidar com frustrações e emoções. Por mais que não gostasse da maneira como Mônica usava o Sansão, Olga entendia sua raiva. “Haja paciência com o Cebolinha”, diz. Ela também admirava a autoconfiança da personagem, assim como Julia Kaory, que credita à personagem o posto de primeira figura feminina de liderança que viu em uma obra de ficção. “Quando você é menina no começo dos anos 2000 e vê muitas princesas sendo salvas, você se encanta muito com uma menininha que é chamada de dona da rua”, conta Julia.

Esse título de Mônica nos quadrinhos hoje dá nome a um dos projetos da MSP: o Donas da Rua. As ações do projeto incluem o Soccer Camp Donas da Rua, uma oficina de futebol exclusiva para meninas, e homenagens nas redes sociais a mulheres importantes da história – as “Donas da Rua da História”. Uma das homenageadas foi a publicitária Deh Bastos, idealizadora do projeto Criando Crianças Pretas, rede de famílias que propõe uma comunicação antirracista. No Donas da Rua da História, Deh ganhou uma ilustração em que foi representada pela personagem Milena. “Foi o maior de todos os meus reconhecimentos, porque hoje eu sou redatora, eu vivo da escrita, e a Turma da Mônica me ensinou a ler, e melhor, me ensinou o poder de escrever histórias”, conta.

Deh Bastos, representada pela personagem Milena, no Donas da Rua da História. Deh gostou tanto do desenho que ele virou sua primeira tatuagem. Imagem: Reprodução/Mauricio de Sousa Produções.

Deh Bastos, representada pela personagem Milena, no Donas da Rua da História. Deh gostou tanto do desenho que ele virou sua primeira tatuagem. Imagem: Reprodução/Mauricio de Sousa Produções.

Mônica é uma referência de liderança feminina para as meninas do Brasil. Ainda assim, a representatividade nos quadrinhos de Mauricio de Sousa não é isenta de críticas. Foi durante as palestras que dava dentro do projeto Donas da Rua que Mônica Sousa, filha de Mauricio e diretora comercial da MSP, ouvia uma reclamação: a falta de meninas negras. Assim, em dezembro de 2017, no evento Corrida Donas da Rua, foi apresentada ao público Milena, a primeira menina negra da Turma. Os veículos oficiais da MSP até se referem a Milena como protagonista, transformando o quarteto clássico em um quinteto, mas ela ainda não possui revista própria. Deh Bastos, que foi representada por Milena no Donas da Rua da História, destaca a importância da personagem: “a Milena é a Mônica do meu filho”.

Mauricio de Sousa com a personagem Milena, na Corrida Donas da Rua, em dezembro de 2017. Imagem: Reprodução/G1.

Mauricio de Sousa com a personagem Milena, na Corrida Donas da Rua, em dezembro de 2017. Imagem: Reprodução/G1.

Não havia meninas negras na Turma quando Deh era criança, mas ela lembra que se via representada por Mônica. “Ela era gordinha como eu”, afirma. Mas, para a pesquisadora Daniela Marino, mesmo que o corpo da personagem gerasse identificação, as histórias tinham uma visão negativa sobre seu peso. “Muitos roteiros reforçaram que o ideal e desejável não era ter uma aparência como a dela”, afirma. Porém, Daniela acredita que os roteiros atuais tragam mensagens mais positivas, opinião que é compartilhada pela jornalista Gabriela Borges. Criadora da Mina de HQ, revista sobre histórias em quadrinhos com enfoque feminista, Gabriela afirma que as mudanças na MSP refletem as transformações da sociedade. “Seria muito incoerente, inclusive do ponto de vista de negócios, a Mônica não evoluir com o tempo”, afirma. Mesmo que alguns aspectos da personagem possam ser criticados, Gabriela dá valor à referência de liderança que Mônica representa às meninas. “Tem suas polêmicas, tem. Mas ainda assim é incrível e inspiradora”, diz.

Em Turma da Mônica Jovem nº94, de 2016, Mônica precisa decidir se vai usar aparelho dentário, e deixa claro que gosta de seus dentes e que não acredita que sejam um defeito. Imagem: Marcelo Pedrozo.

Em Turma da Mônica Jovem nº94, de 2016, Mônica precisa decidir se vai usar aparelho dentário, e deixa claro que gosta de seus dentes e que não acredita que sejam um defeito. Imagem: Marcelo Pedrozo.

"Sempre fui forte"
e sempre vai ser

Capa do especial Mônica Jovem em Cores: Lembranças, lançado em 2013 em comemoração aos 50 anos de criação da personagem. Imagem: Reprodução/Twitter Turma da Mônica.

Capa do especial Mônica Jovem em Cores: Lembranças, lançado em 2013 em comemoração aos 50 anos de criação da personagem. Imagem: Reprodução/Twitter Turma da Mônica.

As atualizações nos quadrinhos são necessárias para que os personagens de Mauricio de Sousa permaneçam relevantes. Como coloca Mariana Zatz, Mônica “está aí faz 60 anos, ela não estaria ali se não soubesse se reinventar”. Para Maria Ferreira, de 11 anos, Mônica não é inspiração apenas no espírito forte e decidido, mas em várias características que as duas têm em comum. Sua cor preferida é vermelho e, quando era menor, girava um sapo de pelúcia para ameaçar a irmã gêmea, Helena. “Eu acho que eu me inspirei [na Mônica], porque hoje em dia eu sou quase igual a ela”, afirma Maria. Ela também sempre tenta defender os amigos, como conta a irmã Helena. Segundo Helena, sempre que incomodam alguma amiga de Maria, ela logo vem e fala: “não mexe com a minha amiga!”. Maria até diz, em tom de brincadeira: “Eu vou lá e bato na pessoa se for preciso”.

As gêmeas são alunas da Escola de Aproximação Teatral Mimesis, em Florianópolis, SC, e, em 2023, a apresentação de final de ano de seu grupo foi Turma da Mônica: Lições. A peça foi dirigida pela professora Monique Rosa e inspirada no filme de mesmo nome. Como compõem uma turma de quatro meninas, elas adaptaram a história para retirar Cebolinha e Cascão da trama. Mesmo sem os meninos para receber as coelhadas, Sansão é um elemento importante da história. Para Laura Maia, intérprete de Magali na peça, o coelhinho é uma espécie de amuleto para Mônica, porque “é uma coisa que ela gosta muito, então se ela perdesse… meu Deus”. Nos ensaios, Maria costumava pedir o coelhinho emprestado a uma amiga, mas logo decidiu que seria melhor comprar o seu próprio, já que precisou dele muitas vezes. Agora, ela precisa apenas cuidar para que ninguém dê nós nas orelhas de seu Sansão. Se isso acontecer, “eu vou bater na pessoa”, brinca.

Helena, Laura, Monique e Maria, na apresentação de algumas das cenas da peça, em agosto de 2023. Na construção dos figurinos, elas procuraram em casa roupas que seguissem as cores centrais das personagens, mesmo que não fossem idênticas às dos quadrinhos. Imagem: Fernanda Ferreira.

Helena, Laura, Monique e Maria, na apresentação de algumas das cenas da peça, em agosto de 2023. Na construção dos figurinos, elas procuraram em casa roupas que seguissem as cores centrais das personagens, mesmo que não fossem idênticas às dos quadrinhos. Imagem: Fernanda Ferreira.

As meninas se inspiraram no filme live-action, mas consomem todos os tipos de histórias da Turma da Mônica, inclusive os quadrinhos. A única reclamação que Laura tem das revistas é que elas são curtas demais. “Eu termino o gibi em cinco minutos e fico ‘poxa, por que acabou?’”, conta. Daniela Marino, contudo, afirma que os gibis não são tão populares quanto antigamente. “São contextos muito diferentes e há muito mais opções de entretenimento do que havia algumas décadas atrás”, diz. Para a leitora Julia Kaory, isso não significa uma perda de popularidade das obras de Mauricio de Sousa. “Acho que a geração mais nova só passou a consumir isso de forma diferente, muito mais por meio dos filmes live-action e do desenho animado do que na forma de leitura”, opina. Hoje, muitas publicações da MSP estão disponíveis de forma on-line, no aplicativo pago Monicaverso.

No aniversário de 60 anos, a roteirista Mariana Zatz deseja que os profissionais da MSP continuem tendo sabedoria “para preservar o que tem de bom e ousar quando for preciso”. Já Paulo Back espera que Mônica “continue sendo a mesma, porque, se ela for sempre a mesma, ela vai longe”. Os votos de Maria Ferreira são mais simples: ela deseja ver a versão idosa da personagem. Pela lei, Mônica já é idosa, já que ano passado foi seu 60º aniversário, mas, ao menos nos gibis clássicos, a “dona da rua” continua com carinha de sete.

Celebração Coelhadas Gigantes, em maio de 2023. Imagem: Reprodução/O Fuxico.

Celebração Coelhadas Gigantes, em maio de 2023. Imagem: Reprodução/O Fuxico.

Reportagem por Marcelo Pedrozo

Produzida no curso de graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina

Escrita originalmente no segundo semestre de 2023 para a matéria de Linguagem
e Texto Jornalístico IV, com orientação da professora Vanessa Pedro

Revisada em formato multimídia no primeiro semestre de 2024 para a matéria de
Jornalismo Online e Narrativas Digitais, com orientação da professora Mariane Ventura

Publicada no Caderno Cultural Expressões em 13 de setembro de 2024, com
orientação da professora Daisi Vogel e da bolsista Ana Muniz