Infância, cultura e natureza juntas no Boi de Mamão da Costa da Lagoa

Produção da UFSC revela a importância da comunicação comunitária e a preservação cultural de comunidades de Florianópolis

Pablo Brito

Documentário desenvolvido pelo curso de Jornalismo da UFSC será exibido em sessão de curtas no CIC.

Quem vive em Florianópolis, de uma forma ou outra, já se deparou com a manifestação cultural do Boi de Mamão. Presente em diversos pontos da cidade, essa tradição faz parte do imaginário coletivo da população. Além disso, a capital catarinense é conhecida por seus cenários naturais encantadores, que justificam o apelido de Ilha da Magia.

Na Costa da Lagoa, um bairro que só se acessa de barco ou trilha, crianças do terceiro e quarto ano de uma escola municipal encenam o seu próprio Boi de Mamão, adaptando a história às particularidades locais. Essa é a premissa do documentário Vem cá, meu boi: a Costa da Lagoa e seu Boi de Mamão, produzido em 2023 pelo projeto de extensão Jornalismo e Ação Comunitária (JAC), do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

O filme é resultado de uma parceria com a Escola Básica Municipal da Costa da Lagoa e foi dirigido por Isabel Colucci Coelho e Melina de la Barrera Ayres, professoras do curso de Jornalismo da UFSC, juntamente com Nali Catarina Pedroso Nunes, professora da escola. A produção leva o público a uma imersão na história do Boi de Mamão, contada por estudantes e professores, tendo como pano de fundo a deslumbrante paisagem da Costa da Lagoa.

Em Vem cá, meu boi: a Costa da Lagoa e seu Boi de Mamão, a simplicidade do cotidiano se mistura ao mágico. Em cerca de vinte minutos, o espectador é conduzido por um universo de encantamento com a desenvoltura das crianças, a rica herança cultural do bairro e a tradição de uma das maiores manifestações culturais do litoral de Santa Catarina. O filme também destaca o poder da educação e da comunicação ao permitir que as crianças falem por si mesmas, contando suas histórias e preservando a memória cultural de sua comunidade.

O documentário é uma das diversas produções do JAC, projeto que busca promover mudanças sociais por meio da comunicação, entendida como um direito humano fundamental. Entre outras iniciativas do JAC estão uma exposição fotográfica realizada por alunos indígenas da UFSC e um videoclipe produzido com adolescentes da Associação de Amigos da Casa da Criança e do Adolescente do Morro do Mocotó (ACAM). Ao desenvolver projetos em conjunto com essas comunidades, o JAC se consolida como um importante parceiro das populações periféricas da Grande Florianópolis, com todos os seus materiais fazendo referência às vivências e contextos dessas pessoas.

O curta foi produzido ao longo de quase um ano. As docentes e graduandos da UFSC fizeram várias visitas aos alunos e professores da Escola da Costa da Lagoa. Durante esse tempo, as crianças participaram de oficinas de roteiro, gravação, manuseio de câmera, fotografia e outras, e definiram que gostariam de fazer um filme que contasse a história do Boi de Mamão da escola. 

Mais do que permitir que as crianças manuseiem uma câmera, o documentário oferece a elas a oportunidade de criar uma narrativa envolvente, que fala sobre família, o encontro entre gerações, amizade e a importância da preservação cultural e ambiental. Selecionado para a 23ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, o filme surpreende ao transportar o público para um espaço que parece distante dos problemas urbanos da cidade. As crianças da Costa da Lagoa e seu Boi de Mamão são o coração deste documentário, que será exibido gratuitamente na próxima sexta-feira (18), às 14h, no Cinema do Centro Integrado de Cultura (CIC), dentro da programação da Mostra. 

Serviço

  • Exibição do documentário  Vem cá, meu boi: a Costa da Lagoa e seu Boi de Mamão dentro da 23ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis
  • Quando: 18 de outubro de 2024 (sexta-feira)
  • Horário: A partir de 14h 
  • Local: Cinema do CIC 

Mais informações no site da 23ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis.


Pablo Brito

Jornalismo na UFSC e na vida. Escrevo até esse ofício ficar mais cada vez mais complicado de ser praticado.

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