Lívia Goulart
A vida e a obra de Salim Miguel são tema de exposição que acontece entre 5 de agosto e 27 de setembro, no hall do Auditório Elke Hering, da Biblioteca Central (BC) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no campus Trindade, em Florianópolis. A mostra intitulada “Entre pinceladas e cores: 100 anos de Salim Miguel” colocará em exposição telas em pintura acrílica executadas por um coletivo de 17 artistas do Ateliê Smith, com a participação do artista plástico catarinense Joel Figueira.
A cerimônia oficial de abertura da exposição ocorre em 5 de agosto com a presença dos artistas do Ateliê Smith e familiares de Salim. No evento, haverá uma mesa de promoção do acervo com obras do autor. Também será exibido o curta Salim na intimidade: Maktub, como programação complementar.
Salim Miguel foi um escritor de significativo reconhecimento na literatura brasileira contemporânea. Nascido na Líbia, veio ao Brasil na infância e estabeleceu-se com sua família em Biguaçu (SC). Publicou mais de 30 livros e destacou-se como contista, cronista e ensaísta. Além disso, o autor dirigiu a Editora da UFSC (EdUFSC) por oito anos, em meados dos anos 80.
Para Rosane Silvestre, artista e representante do Ateliê, o evento movimenta a cultura, a arte e o comércio local. “O público que passar pela biblioteca terá a oportunidade de viajar pelas obras de Salim Miguel de forma lúdica, entre cores e pinceladas. Além disso, as pinturas podem ser compradas”, afirma.
O coletivo representado por Rosane foi responsável pelo convite a Joel Figueira, responsável pela execução do retrato de Salim Miguel que estará exposto na entrada da mostra. “[Joel] É um grande pintor, reconhecido por seus trabalhos de aquarela, retratos e paisagens locais, e com uma história muito rica dentro do mundo das artes”, diz a artista.
Joel afirma que a pintura de retratos é uma de suas especialidades e, portanto, identifica-se com a execução do trabalho. “Se recebi este convite é porque acreditam no meu trabalho. Tive muito prazer em fazer esse retrato, o resultado foi gratificante”.
Narcisa Amboni, uma das artistas que terá sua obra exposta, aponta que o evento destaca a importância da biblioteca no contexto social. “Salim é uma figura presente no nosso cotidiano por tudo que fez, celebrar os seus cem anos é extremamente importante”, completa.
A mostra faz parte de uma série de comemorações do centenário do autor. A celebração programa eventos que acontecem ao longo deste ano em diferentes instituições, em forma de palestras, seminários, reedição de livros, rodas de conversa e uma adaptação dramatizada do romance autobiográfico Nur na escuridão, em que Salim explora temas de opressão e resistência.
Em janeiro deste ano, a UFSC prestou homenagem a Salim Miguel, na data em que o escritor completaria cem anos. A instituição descerrou uma placa com a escrita “Uma vida dedicada aos livros, à arte e à cultura”, na entrada da EdUFSC.
Publicado em O Fatual em 03/08/24
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