Ana Muniz
O Centro Acadêmico de Artes Cênicas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) convida o escritor e dramaturgo Cristian Menna para ministrar oficina sobre Teatro do Oprimido hoje (22) às 18h30. A aula será realizada na sala 208 do Bloco D do Centro de Comunicação e Expressão (CCE) da UFSC e abordará temas como práticas da Poética do Oprimido para atores e não atores. O acesso à oficina é gratuito e aberto para todes, sem incrições ou limitação de vagas. A atividade tem o objetivo de fortalecer a greve nacional da educação, à qual aderiram Servidores Técnicos-Administrativos (STAEs), professores e estudantes da UFSC.
O Teatro do Oprimido é um método cênico conhecido em diversos países que começou a ser elaborado pelo dramaturgo e ensaísta brasileiro Augusto Boal na década de 1960. Na proposta, são executados exercícios, jogos e técnicas que promovem reflexões sobre questões do cotidiano e relações de poder. Baseado na ideia de que todo ser humano é um ator e um espectador ao mesmo tempo, o objetivo central do Teatro do Oprimido é tranformar o público em sujeitos atuantes e transformadores da ação dramática.
A oficina iniciará com uma apresentação de quem foi Augusto Boal e da conceituação do método desenvolvido por ele. Em seguida, serão realizados jogos teatrais individuais e coletivos para despertar a consciência e a expressividade corporal. Ao fim da aula, ocorrerá a prática propriamente dita do Teatro do Oprimido, com cenas dramáticas derivadas dos problemas apresentados pelos participantes.
De acordo com Cristian Menna, a forma teatral desenvolvida por Boal ainda é pouco usada na luta da classe trabalhadora. “É preciso que esse instrumento se prolifere por todos os coletivos revolucionários que pretendem pensar a luta de classes e não apenas repetir modelos do passado em cenários do presente”, afirma. A reflexão que Menna pretende levar aos oficineiros hoje é: “estamos em greve. Está feito. Mas o que faremos para não precisarmos de mais uma ano que vem?”.
Em assembleia, o curso de Artes Cênicas da UFSC votou e optou pela adesão à greve estudantil em 13 de maio. A paralisação dos estudantes da universidade começou no dia 16 de maio, após ser aprovada em assembleia do Diretório Central dos Estudantes Luís Travassos (DCE). Os professores da UFSC estão paralisados desde o dia 7 deste mês, e os STAEs, desde 11 de março. Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), mais de 50 instituições federais do ensino superior fazem parte da greve nacional da educação.
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