Ana Muniz

Estudantes do curso de Museologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) apresentam a exposição “Ruas, lares e laços” no Instituto Arco-Íris de Direitos Humanos, no Centro, em Florianópolis. A mostra traz discussões em torno da identidade negra a partir da música e do território. Hoje (16), iniciam as ações educativas que acompanham a exibição, também organizadas pelos universitários.
A estética da mostra remete a espaços em que ocorrem manifestações musicais negras na capital catarinense, como rodas de samba, batalhas de rimas, bailes funk e baladas eletrônicas. O objetivo é promover debates sobre a cena musical em Florianópolis e evidenciar artistas pretos da cidade. A noite de abertura, na semana passada, contou com apresentações do DJ Irökö, do grupo Africatarina e do DJ Telinho Flow.
Hoje e na próxima quinta-feira (23), será realizada a “Ação de Descanso” do projeto, que disponibiliza um espaço aberto para o público com almofadas, ao som de músicas por artistas locais. Até o fim deste mês, o projeto também oferece oficinas educativas. Uma, no dia 25, abordará a produção de instrumentos musicais com materiais recicláveis. Outras duas, que envolvem a confecção de Abayomis — bonecas de pano negras originadas em comunidades de matriz africana —, ocorrerão em 18 e 30 de maio.
A mostra foi produzida na disciplina de Prática de Exposição do curso de Museologia da UFSC. A turma, com 20 alunos orientados pelas professoras Thainá Costa e Renata Padilha, contou com verba da universidade, além de rifas, vaquinhas e apresentações musicais com ingresso solidário para custear a exposição.
Segundo Eduarda Rebelo, exposições produzidas pelo curso costumam ocorrer no campus da UFSC, mas a turma quis levar “Ruas, lares e laços” para o Centro. “É onde nossa temática está. A música preta em Florianópolis acontece muito no ‘Baixo Centro’”, explica. O Instituto Arco-Íris, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que atende populações vulneráveis da cidade, abriu as portas para a mostra. “É um espaço muito simbólico que casa completamente com o tema da nossa exposição”, afirma Eduarda.

Iniciada em 9 de maio, a exibição estará aberta de quinta a sábado, das 14h às 20h, até 8 de junho. Inscrições para as oficinas podem ser realizadas gratuitamente por meio de formulários divulgados nas redes sociais do projeto, com vagas limitadas.
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